segunda-feira, 14 de março de 2011

O QUE FAZEM OS BIBLIOTECÁRIOS?


FEV.2011


"Trata-se de verdade” incontestável o fato de a biblioteca mostrar-se essencial ao crescimento desenvolvimento e, sobretudo, à transformação das pessoas. Sem exigir horários nem uniformes, ela propicia a cada indivíduo a liberdade de conhecer o que quiser, quando quiser e como puder, em diferentes suportes (impressos, audiovisuais, cartográficos, ciberespaciais, entre outros), sem nada cobrar em troca; assegura a oportunidade de alcançar, ver, tocar, familiarizar-se com os mais diversos registros do conhecimento; oferece alternativa para escolha dos registros do conhecimento de interesse a cada um. Se alguns levianos presumem-na morta e enterrada, a biblioteca renasce das cinzas qual fênix egípcia, simbolizando o deus sol e recriando-se. Outra verdade estabelecida é o fato de haver diferentes tipos de bibliotecas. Cada país tem uma - e geralmente apenas uma - Biblioteca Nacional, destinada a preservar, disseminar e prover acesso à cultura e à produção bibliográfica (em sentido amplo) de uma nação, de um povo. Mais do que um patrimônio nacional, esse tipo de biblioteca faz-se patrimônio universal, na medida em que a cultura de um é parte da cultura do todo. Ao mesmo tempo em que olha para fora, para o mundo, uma Biblioteca Nacional precisa olhar para dentro e não somente preservar, mas difundir este patrimônio a seus concidadãos. Os demais tipos de bibliotecas, ou centros de documentação, ou centros de informação, entre outras denominações, destinam-se a públicos específicos, mesmo que se refiram às incontáveis e diferenciadas parcelas de habitantes de uma determinada comunidade, município ou estado. Seja qual for o seu tipo, portanto, cabe à biblioteca salvaguardar a história e os documentos relativos à comunidade ou à parcela de habitantes. Para tanto, há múltiplas funções a serem desenvolvidas, funções estas que requerem um profissional habilitado: o bibliotecário. Cabe ao bibliotecário coletar obras, em quaisquer suportes, de interesse do público a ser atendido, para incorporação ao acervo. Ele necessita conhecer as características de edição, a seriedade das editoras e dos autores, sua competência no assunto, seu zelo pela língua portuguesa, seja nos originais ou nas traduções, suas diferentes visões de mundo, intérpretes, diretores, enfim, saber distinguir entre a boa qualidade de
uma edição e a pura especulação comercial. Cabe ao bibliotecário organizar o
acervo, físico ou ciberespacial. Após selecionadas e coletadas, as obras
necessitam de organização, visando a seu acesso pelo público, sob diversos
enfoques de busca e recuperação. O bibliotecário conhece as normas e
procedimentos para o intercâmbio nacional e internacional de informações
bibliográficas e para adequação ao público. Cabe ao bibliotecário disseminar as obras, por meios vários, inclusive ações culturais. Cabe ao bibliotecário manter-se atualizado quanto às novas tecnologias voltadas à área biblioteconômica e a seus usuários.
Cabe ao bibliotecário manter-se atualizado quanto à cultura, à sociedade de modo geral e à comunidade em particular, de modo a promover a cidadania, a ética e a cultura da paz. Cabe ao bibliotecário comunicar-se com o público, tornando o espaço biblioteconômico, tanto físico como ciberespacial, um lugar agradável e de lazer.O hábito da leitura e do uso das instituições bibliotecárias desenvolve-se desde a mais tenra infância, ainda na pré-escola; estende-se ao longo da vida e permanece durante a terceira idade, caso se crie e se mantenha de forma adequada.
O bibliotecário, e somente ele, recebe formação especializada para o cumprimento de todas essas funções, sendo portanto indispensável ao adequado funcionamento da biblioteca ou do centro de documentação e informação. O bibliotecário é partícipe ativo da cidadania e da transformação de cada indivíduo."


* AUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO –
compreende o mais antigo Curso de Biblioteconomia do país, que celebra 100 anos
em 2011. (Nota explicativa: o texto foi elaborado para
divulgação junto ao Gabinete do Ministério da Cultura. Foi elaborado sob a
premissa de que todo cidadão pode e deve se manifestar a respeito de qualquer
assunto, em especial aqueles que lhe dizem respeito mais de perto. Quem desejar
pode assinar e divulgar o documento em qualquer tipo de veículo de comunicação. Pode incluí-lo em sites, blogs ou repassá-lo para órgãos da mídia

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